domingo, 28 de julho de 2013

PEDAL SOLITÁRIO RIO PRETO/CONCEIÇÃO/TRÊS CRUZES

PEDALANDO E OUVINDO A VOZ DA NATUREZA



PEDAL  RIO PRETO/CONCEIÇÃO/TRÊS CRUZES - 50KM



Nosso Amigo de Pedal Mário Almeida mais conhecido por (Bisteca), apelido que carrega dos tempos áureos do futebol valenciano, é profundo conhecedor da região que circunda Santa Bárbara. Em nossos pedais o Mário sempre nos deu boas informações sobre a região dizendo ser ótima para nossas pedaladas. Movido pela curiosidade e desejo de conhecer um pouco mais sobre a região, resolvi partir para mais uma aventura sobre duas rodas. Meus amigos de pedalada, infelizmente, devido a alguns compromissos não puderam me acompanhar. O que fiz então? Fui pedalar na companhia do nosso criador e de suas obras naturais. Alguns ciclistas afirmam que pedalar sozinho não é muito bom. Eu particularmente penso também desta maneira. Mas quando você pedala sozinho a natureza acaba estabelecendo um diálogo com você.



Neste pedal meu primeiro diálogo foi com o Rio Preto que emitia o som de suas águas a vencerem as pedras que se opunham ao seu curso. Fui ao seu lado até a entrada para o Barreado. Dali em diante, ainda no asfalto, as aves começaram a cantarolar e se exibirem em seus vôos por entre a estrada e as árvores que a margeavam. Cheguei então a Conceição. Ao lado da entrada de um hotel fazenda um bar de nome bem sugestivo e interiorano “Bar Frango Caipira”. O cheirinho de torresmo que vinha do local me aguçou o apetite, mas consegui me controlar. Minha parada no local se resumiu a uma água e uma fotografia tirada pela bondosa e simpática senhora proprietária do estabelecimento.







Uma pequena esticada de 1km estava no Arraial de Conceição. E como não podia deixar de registrar minha passagem por lá, logo tratei de tirar uma foto tendo como pano de fundo a igreja de Conceição. Agora pensava eu, a cobra vai fumar. Peguei algumas informações sobre a estrada e me disseram que o trecho possuía subidas fortes. Mas como estamos acostumados e as montanhas sempre nos desafiam, fui então vencer mais um dos inúmeros desafios que já passamos. 





Logo de início uma subida forte um pouco parecida com o Funil onde os eucaliptos formam a borda da estrada. Um pequeno alívio em parte plana e mais subida. Região de água límpida e clara que margeiam em alguns trechos a estrada. Mais a frente outra subida forte e mais longa, mas nada que não tenhamos vencido. Vencido o percurso pior a estrada torna-se plana  e o visual da Serra Negra e da Serra do Funil torna a paisagem um colírio para os olhos. As montanhas como que querendo alcançar o céu, mostram toda sua imponência e sua voz ecoa na imensidão do infinito. Paro um pouco de pedalar e fico apreciando a junção quase carnal destes dois elementos da natureza. Linda imagem que não posso deixar de registrar pelas lentes humildes de minha câmara.







Enfim, cheguei a tão falada e comentada Três Cruzes. Já na chegada ao Arraial encontrei alguns moradores cortando bambu na mata para enfeitarem um arraial de Festa Julina. Dentro do Arraial de Três Cruzes, ao me encontrar com um morador local, logo me pus a perguntar. Por que o Arraial tem o nome de Três Cruzes? A resposta veio de imediato. Os avós dos moradores atuais afirmaram que o nome tem origem a partir de um fato ocorrido no lugar. Conta ele, que uma mulher moradora do local engravidou de gêmeos, e que logo ao nascerem devido as dificuldades ocasionadas pelo parto, vieram os TRÊS a falecerem, mãe e filhos. Em sua homenagem fizeram uma CRUZ para cada um. Uma cruz maior representando a Mãe e duas menores, mas ligadas a maior representando os filhos. 





Entrando um pouco mais ao vilarejo sou recebido por um simpático cachorrinho que viu em minhas canelas seu almoço de sábado. Uma menino muito simpático chamado Marcelo logo intercedeu chamando a atenção do cachorro que prontamente o atendeu. O menino um pouco acanhado logo olhou para minha bike dizendo também possuir uma e que gosta também de pedalar pelo arraial. Pedi para tirar uma foto minha e por muito custo o convenci a pousar a meu lado para uma fotografia. Sua simplicidade, timidez e seus olhos claros chamavam a atenção. 






Conversa vai conversa vem, hora de voltar. Admirado com as belezas naturais e o povo local, volto já imaginando o pedal do próximo sábado que creio eu, faremos este percurso só que, de Três Cruzes, iremos até o Funil e de lá voltaremos pela Serra do Funil até Rio Preto. Pedal super legal. A volta foi super tranquila já que, o retorno seria em sua maior parte de descidas. Tive ainda a companhia de alguns bois que insistiam em bloquear a estrada, mas com minha habilidade de “PEÃO” consegui tirá-los da estrada.








O final do pedal não poderia ser melhor. Ao chegar a praça de Rio Preto, me chamou a atenção a quantidade de carros e de pessoas saindo da Igreja. Era um encontro de duas famílias de origem rio pretanas que se reúnem todo ano para uma missa acompanhada de uma confraternização no parque de exposição de Rio Preto. Aquele aglomerado de pessoas ao redor da praça e o fundo musical com canções de Ronie Von “A Praça”  e a “A Banda”  de  Chico Buarque, completaram aquele quadro típico das cidadezinhas do interior. 





Volto para casa ansioso por contar a Cláudia sobre tudo que meus olhos presenciaram e a emoção de vivenciar tudo isto. Espero que no próximo pedal a história conte com mais personagens para que possa ilustrar ainda mais, o texto relato que o Mountain bike tem nos proporcionado. Até mais breve.



Nenhum comentário:

Postar um comentário