segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PEDAL VALENÇA/LACERDA/JUPARANÃ/QUIRINO/PESQUEIRO AREAL

PEDAL COM O TIME DOS AMIGOS DO PEDAL COMPLETO


Bom poder acordar no sábado, ir em  direção ao local de saída para os nossos pedais e encontrar o time completo, Lanir, Mário, Serginho, Éder, Purina e Otacílio. Opa, e eu claro! Eu falei em time completo, não? Nesta manhã de um sábado radiante, partilhar a companhia destes amigos especiais é um prêmio valioso. As conversas, as brincadeiras e paradas para as fotos, tornam os nossos pedais divertidíssimos. 


Saímos cedo, mas  o sol já iluminava nossos caminhos. Já de cara fizemos um aquecimento, subindo a Serra da Glória. Terminada a subida descemos até a estrada que dá acesso a Sebastião de Lacerda num total de 25 km. De Lacerda até Juparanã tivemos a companhia do principal rio da região, o poluído, mas ainda vigoroso Rio Paraíba do Sul, que abastece muitos municípios por onde passa.






Chegando em Juparanã, a famosa estação chama-nos a atenção por sua beleza e ao mesmo tempo a falta de cuidado por parte de nossa prefeitura com um monumento que foi de suma importância para a economia e vida social deste distrito valenciano. De Juparanã a Quirino, parte do trajeto em estrada de terra e outra por asfalto. 








De Quirino até o Pesqueiro Areal, a parte mais esperada, são aproximadamente 5 km de subida com forte inclinação. Uma vista maravilhosa, pois subimos por trás da Serra dos Mascates visualizando as Torres de Televisão de nossa cidade. Este último trecho do pedal tinha um gostinho especial, pois quando o fizemos, dá primeira vez, não possuíamos um bom preparo físico e acabamos empurrando nossas bikes por quase toda subida, só o nosso rei das montanhas (Serginho) fez toda a subida em cima de sua bike. Hoje não, desta vez foi diferente, em uma subida com um grau de dificuldade muito alto conseguimos vencê-la vagarosamente em cima de nossas companheiras inseparáveis das manhãs de sábado. Vencido este obstáculo, foi só descer em direção ao pesqueiro, onde nos aguardava uma deliciosa porção de tilápia e lambari e o famoso caldo de jiló. Agora é hora de esticar as pernas e analisar o pedal com uma boa conversa entre amigos à beira do lago, bebendo e saboreando a farta porção de peixe. Tudo de bom! Bem, hora de voltar para  casa e contar nossos 60 km de aventura com riqueza de detalhes àquela que é a minha maior incentivadora (Cláudia) e fechar o sábado com chave de ouro. É gente, meus sábados são simples assim, FELIZMENTE! E como falei de simplicidade, o Almir Sater foi muito feliz em sua composição “Maneira simples”.






Nada é mais real
Que aprender maneira simples de viver
Tudo é tão normal
Se a gente não se cansa nunca de aprender
Sempre olhar como se fosse a primeira vez
Se espantar como criança a perguntar porquês
Vamos flutuar em um balão
Que sobrevoa o amanhecer
Vamos navegar
Entre os navios no horizonte a se perder
Nos lembrar
Que tudo tem sua razão de ser
E afinal eu quero apenas estar com você
Sombras no céu já vem
O anoitecer também com seus milhões de estrelas
Que iluminarão mais uma vez
Com a palidez da sua luz
A imensidão que a gente vê




























terça-feira, 3 de setembro de 2013

PEDAL ÉDER E OTACÍLIO (VOLTA DO BARREADO) E PEDAL LANIR, SERGINHO E MÁRIO (CACHOEIRA DE SANTA INÁCIA E GAINHO)


PEDALAR E DECIDIR

Em nossos pedais, a distância percorrida, o trajeto, as marchas adequadas ao terreno e a duração do pedal, são formas de escolha das quais, invariavelmente, não podemos fugir. Nas trilhas, estradas de terra e asfalto frequentemente temos que tomar posições ou decidirmos sobre algo. Decidir ou se posicionar sobre alguma coisa, às vezes, é doloroso, pois ao tomarmos uma decisão sempre nos restará uma outra opção. Lembro de um pedal entre Rio Preto e Valença, na altura da Fazenda Bela Vista na estrada do Chaves, o amigo José Adal tomou o caminho a direita numa bifurcação. Logo em seguida o chamei para seguirmos a estrada que eu conhecia. Como não conhecia o caminho a direita, optei  pelo trecho que já havia passado. Nossas decisões, na maioria das vezes, são tomadas de acordo com os valores culturais que nos são transmitidos. No meu caso, a comodidade e a opção por não correr riscos foi preponderante na minha escolha, pois a sociedade nos influencia não só na moda, na música e hábitos alimentares mas também em nossas ações. Em minhas aulas de Filosofia, procuro mostrar aos adolescentes até quanto uma ação, ou seja, uma decisão tomada por vontade própria foi ou não reflexo daquilo que você desejava, ou foi meramente reprodução  dos modelos de sua referência. Um jovem, quando arguido sobre o motivo para  colocar um piercing tipo argola no nariz, me respondeu o seguinte: “Fiz porque eu gosto, acho legal!”. Pedi ao adolescente que fechasse os olhos e se imaginasse sozinho no mundo, sem familiares, sem amigos, sem ninguém. Tratei de conduzi-lo brevemente pelo “livre mundo da imaginação” assegurando-lhe que sob esta perspectiva poderia fazer tudo que gostasse e fosse de seu desejo, inclusive a colocação de quantos piercings quisesse, por um método de auto-aplicação e sem sentir qualquer dor. Após alguns instantes, envolvido pelos pensamentos sugeridos, ele balançou a cabeça de um lado para o outro, sorriu e disse que desse modo não via nenhuma graça para colocar qualquer tipo de piercing e que tudo agora lhe parecia absolutamente sem sentido. Pela influência da cultura e induzidos pela mídia que massifica e impõe valores e bens de consumo, enfatizamos a personalidade social ao mesmo tempo em que nos distanciamos da essência natural individual. Estamos tão imersos neste contexto que sequer nos damos conta, tornando-nos reféns inconscientes deste processo. A avaliação do individuo se torna constante e automática em função de seu papel social e dos valores a ele agregado. Onde ele trabalha, o seu grau acadêmico, o seu grupo de influência, suas roupas, o que possui, enfim, em tudo é avaliado e julgado. Toda hora, todo tempo! O homem faz suas escolhas de acordo com o que lhe é dado para escolher e estas escolhas são baseadas e norteadas por uma escala a qual ele está submetido  e subjugado. Acredita na exclusividade de sua posição e defende o modelo que o orienta como se fosse a mãe que briga por sua cria. Muitas vezes, com o pretenso desejo de ser diferente, o homem apenas recria e reproduz os modelos de sua referência. Como cantava Elis Regina: “...minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo que fizemos, ainda somos os mesmos, como os nossos pais...”. Acredito que Elis Regina, com o amadurecimento natural que o tempo e a idade trazem consigo, chegou à seguinte conclusão: “ O ser só é, quando se vê no outro”. Portanto, minhas decisões, meus posicionamentos e atitudes não são autônomos, são meros reflexos da sociedade em que  vivemos e interagimos.


 VOLTA DO BARREADO
(OTACÍLIO E ÉDER)
Éder e Otacílio (Volta do Barreado)
Éder e Otacílio (Volta do Barreado)
Éder e Otacílio (Volta do Barreado)
Éder e Otacílio (Volta do Barreado)
Éder e Otacílio (Volta do Barreado)

PEDAL SANTA INÁCIA E GAINHO
(SERGINHO, LANIR E MÁRIO)